Melhorar a qualidade da educação passa, entre muitas outras coisas, por saber tirar partido dessa tecnologia, por pô-la ao serviço de um projecto educativo renovado em que para além do que se aprende, se aprende a aprender. Assim, mais uma vez, a resposta possível não está na tecnologia mas sim nas pessoas e nas instituições. Para que esse projecto educativo se renove na globalidade das escolas é necessário um esforço concertado de todos os que, de um modo ou de outro, têm responsabilidades na construção de uma escola de sucesso, desde os decisores políticos, aos professores, às instituições que formam os professores, que têm aqui um papel determinante, aos pais e à comunidade educativa em geral.
Como refere Guilhermina Lobato Miranda em “Limites e possibilidades das TIC em Educação”, relatando Clark “que os Media Educativos por si só nunca influenciarão o desempenho dos estudantes. Os efeitos positivos só se verificam quando os professores acreditam e se empenham de “corpo e alma” na sua aprendizagem e domínio e desenvolvem actividades desafiadoras e criativas, que explorem ao máximo as possibilidades oferecidas pelas tecnologias.”
Assim, os professores devem implementar actividades centradas no aluno e no desenvolvimento das suas competências. As actividades decorrentes dos sete princípios de Cunningham possíveis de realizar recorrendo ao uso da tecnologia são: a comunicação e a troca de ideias (através de e-mail, newsletters, listas de grupos, fóruns, entre outros), aceder e analisar informação (por exemplo a partir dos recursos existentes na Internet), resolver problemas (desenvolvendo trabalho colaborativo através do uso das plataformas de aprendizagem) e produzir e apresentar ideias (construindo simulações, publicando sites na Internet ou utilizando ferramentas multimédia).
Neste contexto de ensino aprendizagem o papel do professor altera-se substancialmente, deixando de ser o detentor e único conhecedor da informação e passa a ser e dinamizador e moderador das actividades propostas ao aluno. Este novo perfil exige uma formação exigente e diferente, passando por duas fases: primeiro a formação a nível técnico (no uso de novos instrumentos ou equipamentos e ferramentas inerentes ao seu funcionamento) e segundo a aquisição e desenvolvimento de novas competências didácticas e pedagógicas a utilizar com os novos equipamentos.